06 maio 2009

RUGE, MAS NÃO MORDE


A obra: ‘Leoa’, de Gwendolyn Thompson. Disco foi lançado em 2004 e contou com Mongol no baixo, Carlinhos na bateria, Lu Bahia nas guitarras e Tovinho na direção musical.

A crítica:

Nota: 6,96

Indicado para: quem batuca com algum entusiasmo as releituras bossa-novísticas que tocam em restaurantes caros enquanto a picanha não chega.

Atenção, classe: é hora de soletrar o nome desta senhora. G-w-e-n-d-o-l-y-n. Mais uma vez: G-w-e-n-d-o-l-y-n. Outra, só para deixar ainda mais abusivo o número de caracteres: G-w-e-n-d-o-l-y-n. Pronto. Lá se foi a experiência mais insólita, exótica e transgressora dentre as que decorrem do contato com este ‘Leoa’. Sim, pois o prêmio Nobel de Originalidade não quis sequer sentir o cheiro da mobília da intérprete. “É obrigatório ser original?”, questiona o menino com pirulito na boca. Nunca é, guri. Principalmente se esse pirulito aí for de uva.

O problema é que, 'lamentavelmente', so há uma coisa capaz de distinguir o criador X e o intérprete Y da turba que almeja desesperadamente por uma abordagem de Sílvio e Vesgo na saída de alguma festa badalada: o desvio, o diferencial, a referência retrabalhada, relida, rebuscada ou embrutecida que só a ousadia é capaz de conceber. Todavia, é difícil saber a princípio o que fazer com esse disco de G-w-e-n-d-o-l-y-n Thompson. Nos momentos mais pretensiosos, quase tudo dá errado. Nos momentos seguramente previsíveis, quase nada é decididamente marcante para justificar outra audição. Mas, no fim das contas, descobre-se como a obra deve ser lembrada antes de ser guardada em alguma gaveta por tempo indeterminado: como prova inconteste da excelência técnica e timbrística de uma intérprete.

É inacreditável o número de casos em que o sujeito que assina a responsabilidade pelo trabalho e põe a cara a tapa na capa – bom trava-língua, esse – se converte, em poucos minutos de audição, no encosto que esculhamba e atrapalha sua própria proposta. Mas esta senhora de nome passível de repetição para ser entendido, não. Em cada uma das 13 faixas, Gwendolyn deixa mais do que estabelecido que a atração principal é mesmo ela. Isso no bom e no mau sentido, pois a parcela de atenção que deveria ser dedicada à construção de um repertório menos previsível ou artificial foi abocanhada pela necessidade de exibi-la fazendo qualquer coisa.

Por isso faltaram apenas três milímetros para que uma ‘Chega de Saudade’ fosse enfiada lá; dois milímetros para que ‘O Barquinho’ ganhasse sua bilionésima versão; e menos de um milímetro para que ‘Desafinado’ fizesse pout-pourri com ‘Garota de Ipanema’. Espere aí. ‘Garota de Ipanema’ está lá, como trecho incidental. Um a zero pra chatice.

É inevitável, portanto, situar boa parte de ‘Leoa’ como trilha sonora de aeroporto ou de restaurantes para executivos. Mas não é qualquer uma que pode embalar gringos em check-ins. Não é qualquer uma que pode sublinhar o barulho de magnatas estripando bifes sangrentos. É preciso ter alguma dose de finesse, de segurança e uma coloração vocal capaz de valorizar toda a malha instrumental em volta, por mais videoquê que seja. E essa cantora com nome que desafia as leis de separação de sílabas tem todos os atributos elencados. Mas então o que faltou, finalmente? Atenção para o maior bocejo da história: repertório p-e-r-t-i-n-e-n-t-e.

UM BANQUINHO E UM SINTETIZADOR

Pode parecer mandinga, mas não são muitos os discos que iniciam bem com a canção-título. Se a peça intitula a obra, é porque tem patente alta no repertório, é um clímax. Eis então que colocá-la no pára-choque da frente não significa mais do que antecipar esse clímax e, por tabela, transmitir a idéia de que depois daquilo ali a brincadeira acabou e todos podem ir pra casa.

A peça ‘Leoa’ não é necessariamente o ponto alto da atração. Mas situá-la na proa de tudo não foi uma idéia tão boa quanto aparenta. Mesmo classuda, rica e feita sob medida para grandes interpretações femininas, a faixa de abertura não possui a mesma força convidativa de uma ‘Há tanto tempo’, mesmo sendo, em valores absolutos, muito superior. O que torna essa observação menor do que deveria é a performance de Gwendolyn, límpida, correta sem ser mecânica, madura sem soar datada e perfeitamente encaixada aos excelentes arranjos. Não será a coisa mais fácil do mundo encontrar por aí alguém que consiga fazer uma versão melhor.

É praticamente impossível que uma cantora com registro timbrístico tão delicado e intimista esqueça que a bossa nova existe. E Gwendolyn não faz diferente, dedicando ao movimento um bloco correspondente a um terço de seu trabalho. O dilema é saber o que a judiada ‘Carolina’ estava fazendo lá. Com um inventário de canções de Chico Buarque facilmente adaptáveis à roupagem gilbertiana-jobiniana – quando já não o são escancaradamente submissas a ela –, Thompson não apenas tropeça na escolha dolorosamente óbvia como recorre a uma das mais maçantes composições do carioca. A banda também não contou as colheres de açúcar, e errou a mão com um andamento que deixou a canção ainda mais arrastada e sonolenta do que já é.

‘Woman’, a faixa seguinte, foi outra que não deu certo – o que é estranho, pois a transposição de uma balada para a bossa não deveria necessariamente soar como algo tão deslocado. Mas as cicatrizes da mutilação estética estão claras, predominando a sensação de que tudo mudou e a linha vocal persiste tentando se encaixar nos trilhos. Diante disso, é desejável que Lennon esteja muito mais ocupado em seu provável projeto póstumo com George Harrison do que interessado em saber como se comportam seus tributários terrenos.

Mas a recuperação é imediata, e se dá no próprio bloco ‘banquinho e banda com sintetizador’. A abordagem de ‘Dói Dói’, de João Melo, foi feita por Gwendolyn com o ataque de quem se dedica a cravar uma interpretação definitiva. E é exatamente o que acontece: apoiada por arranjos que enaltecem o preciosismo das harmonias, a intérprete costura tudo com a segurança de quem canta árias pra relaxar. Já ‘Dindi’, assim como ‘Carolina’, também vinha com a tatuagem da escolha mais do que mascada. Mas nem mesmo os timbres de teclado para coquetéis conseguem diminuir a força de arranjos nada interessados em diluir a construção harmônico-melódica da canção. E é claro que a breguice e o artificialismo instrumental não têm importância alguma perto da execução irrepreensível de Gwendolyn.

‘UHHHH’

Só que é justamente no meio de tanto êxito que o repertório é ameaçado por um tabu: Freddie Mercury. É simplesmente assustador como esse sujeito esgotou as possibilidades das próprias canções, mantendo-as inalcançáveis e rebaixando à categoria de escândalo quaisquer tentativas de cobiça alheia. A interpretação de Gwendolyn para ‘Love Of My Life’ está muito longe de ser um escândalo, mas está ainda mais longe de ser um êxito. O problema de ‘Oh Darling’ é praticamente o mesmo. Aqui, a intérprete deixa a peça polida e correta demais, a anos-luz da expressividade e do desespero nada reproduzíveis de Paul McCartney. O momento mais característico da leitura da cantora é certo ‘uhhh’: se em McCartney a partícula é um comentário deliberadamente deslocado e irreverente, em Gwendolyn tudo soa como se um clarinete tivesse surgido do nada absoluto.

Tudo volta aos trilhos com as bem-sucedidas ‘Há tanto tempo’, ‘O amor é narciso demais’ e a esquecível mas pouco prejudicial ‘Serra do luar’. Só que é em plena linha de chegada que a cantora tropeça e cai em cima dos espectadores. Quando tudo deveria ter se encerrado com a excelente ‘Can´t Take My Eyes Off You’, elegante e mais do que adequada para o arremate final, Gwendolyn desenterra de algum lugar a infinitamente deglutida e excretada ‘Pro dia nascer feliz’, de Cazuza. Implora-se: alguém precisa avisar a todos que o ex-Barão já goza de paz suficiente. Quem ainda precisa de sossego é o público.

É quando a poeira assenta, porém, que se torna possível vislumbrar que o real propósito do álbum foi atingido: com versatilidade e experiência, Gwendolyn Thompson não mostrou apenas extremo domínio de seus atributos vocais, como também assinalou que não tem medo de muita coisa.

10 comentários:

Gwendolyn Thompson disse...

Ok, garoto!
Belo texto, e muito trabalho!
Gostaria de lhe dizer que Gwendolyn (meu nome de batismo) não é uma invenção, pois você o encontrará na lenda da
Távola
Redonda, no Google (de montão), e para seu espanto, somente no cadastro do Pasep, no Brasil, no ano 2000 tinham cinco Gwendolyn (s) Wow! What a shame! È portanto um nome Celta, e histórico, que significa "Dama encantada". Este nome me foi dado pelo meu saudoso pai, um norte americano filho de um sueco, com uma inglesa, êle maestro e ela pianista. Hoje estou aqui nos Estados Unidos, na Flórida, batalhando o meu espaço, e a mais recente prensagem deste Cd "Leoa" está fazendo sucesso, pois é, quem diria, não? O que seria do azul, se todos gostassem do amarelo?
Quanto ao repertório, foi cuidadosamente analisado e supervisionado,à meu pedido, pelo maestro Nelson Ayres,(sugiro que consulte a biografia deste senhor) da Jazz Sinfônica de São Paulo, e conhecido em todo o mundo. Inclusive a indicação de gravação no Estúdio de Tovinho também foi sugestão dêle.
Finalmente fiquei muito feliz por todo o seu empenho, e pela avaliação positiva da obra "Há tanto tempo" que é do meu filho, Naná Escalabre da Alapada, que usava o nome artístico de Thompson Júnior.
Infelizmente não lembro de conhecê-lo pessoalmente, mas deixo aqui registrado o desejo de fazê-lo, e sugiro que visite a minha página www.myspace.com/gwenmay, para ler os comentários de artistas de renome internacional com relação ao meu trabalho.
Você tem aqui a minha avaliação como nota 10 pela elaboração do texto, muito bem construído, 5 pelo tom do comentário, e 0 na quesito cultura geral, por criticar um nome que não conhecia, o que é muito estranho.
Enfim, tudo faz parte de um processo, o da vida! Você é um crítico, e, no final das contas, na média ponderada, você ganhou nota 5. Nada mal, e este comentário não tem nada de pessoal, pois, como já disse, não lembro de ter tido o prazer de conhecê-lo. Ah! o Thompson é de origem eslava, é obvio, pois vem do meu avô sueco.
That's it.
So long, my dear!

Have a good night!

Gwendolyn Thompson

Gwendolyn Thompson disse...

Ah! mais um complemento: O violonista e guitarrista é Lu Bahia, e não Lua Bahia, como você escreveu, e o arranjo de Love of my life e o Uhhhh! foi dirigido e feito pelo Maestro Nelson Ayres, e gravado no studio Art Mix, São Paulo, em 1994, numa das faixas do Cd do Banco de Talentos, da Febraban apresentado no Memorial da América Latina, em São Paulo. A seleção do projeto, em nível nacional, foi feita pelo próprio Nelson Ayres, Klaus Pettersen, e Júlio Medalha. O tal projeto aconteceu no Memorial da América Latina, em São Paulo, e no You Tube você encontrará dois vídeos da minha apresentação, com o maestro Nelson Ayres ao piano e Roberto Syon na flauta e sax. São duas as músicas: Love of my life e Imagine.
Bem, sei que estes comentários, obviamente não serão publicados, porque você não permitirá, mas serve para você ficar mais informado ao meu Respeito, soletrador de nomes estrangeiros....não quer soletrar Tchakowsky? rsrsrsrsrs

Um abraço,

Bye,

Gwendolyn Thompson

Gwendolyn Thompson disse...

Em tempo, uma correção: Onde aparece "eslavo" leia-se "escandinávio". No auge da minha emoção com o tom do texto, fiz confusão na geografia,

Gwendolyn Thompson

Igor Matheus disse...

Interessante. Não me lembro de ter criticado seu nome, cara Gwendolyn. Lembro apenas de ter brincado com o exotismo que ele aparenta e ter usado isso para contrastar com a predominância da previsibilidade e de um saudável conservadorismo no seu trabalho. E fico muito grato pelo 5, professora. Tem gente que sequer me deixaria entrar na sala e fazer a prova.

E espero que a senhora se esforce mais para se distinguir dessa delirante patota que, depois que apareci, não se cansa de reprovar ano após ano em uma disciplina muito mais artística do que as melhores intenções deles: o senso de humor.

abs
Igor Matheus

Igor Matheus disse...

Minha cara 'tia' Gwendolyn, acabei recebendo seus comentários tardiamente e não vi os demais.

1) Essas resenhas, por enquanto, são republicações das críticas que fiz no Cinform. Como deve saber, eu não dispunha de muito espaço no jornal para colocar todos os detalhes de ficha técnica, algo que, no final das contas, convenhamos, não influi em praticamente 'pê-ene' na apreciação estética - pelo menos não na de alguem que só quer mesmo estudar e analisar a OBRA. Mesmo assim, eu fazia o possível para que, naquele minúsculo e infame quadrinho em cima da crítica, as pessoas tivesem a mínima noção de quem contribuiu com o trabalho.

2) O escorregão do 'Lua' Bahia deve ter sido mais um lapso da terrível mania do Word de 'corrigir' o que não deve. Já consertei.

3) Espero que a publicação de seus comentários tenha dissipado a estranha acusação de 'censor' que ganhei no fim de seu segundo comentário.

4) E o nome do compositor russo que foi citado realmente é complicado. Tanto que até a nossa exótica G-w-e-n-d-o-l-y-n escorregou na soletrada. A grafia correta do nome do sujeito é T-c-h-a-i-k-o-v-s-k-y.

abs de novo
'bye'
Igor Matheus

Gwendolyn Thompson disse...

"Exotismo que aparenta ter" o meu nome???? Vivi em Aracaju desde os 11 anos de idade até os 56, no ano passado, quando vim para cá, e todas os meus amigos nunca tiveram dificuldade em pronunciar o meu nome: O w tem som de u e o y tem som de i, portanto, se você consegue dizer "aguenta" você pode dizer "guêndolin"! Viu como é fácil??? Na terceira vez, "só para deixar mais abusivo o número de caracteres", pois é, enguli o "i" do Tchaikowsky, para compensar a claudicação do nome do guitarrista, e o esquecimento do maravilhoso e conhecidíssimo saxofonista Spok, líder da big band "Spok frevo", como também dos vocalistas Bruno Simpson, Nena Queiroga e Lylian Rachel.
"Humor"???? O tom de ridicularização e gozação que o senhor, coloca, quando diz "atenção classe, vamos soletrar o nome dessa senhora", e repete TRÊS VEZES... me chama de "tia" na resposta aos meus comentários realmente deixa claro a que o senhor veio, promovendo-se com este tom debochado.
Respeito a sua opinião no que diz respeito ao repertório, porque é uma questão de preferência pessoal, embora não concorde, pois, até hoje, não podemos negar que as obras "chatas" como "desafinado", "barquinho", "chega de saudade", e a "Garota de Ipanema (uma das cinco músicas mas executadas ainda hoje em todo o mundo), mesmo o senhor não gostando, são as mais solicitadas pelo público estrangeiro, porque estas obras e outras do gênero, são as que mais projetaram o Brasil musicalmente. Pois é, cheguei aqui, com a proposta de me estabelecer e dar uma nova direção à minha carreira, com apenas três cópias deste CD que o senhor criticou, pois as cópias feitas nas duas prensagens feitas no Brasil haviam se esgotado, tendo sido vendidas também pela internet para diversos países da Europa e aqui mesmo nos Estados Unidos. È claro que a maioria das cópias foram vendidas aí mesmo em Aracaju. E assim, tive que prensar mais cópias, porque assim me foi solicitado. Este CD está me abrindo as portas deste mundo artístico, e me possibilitando fazer conhecer o nome da minha amada Aracaju, do Estado de Sergipe, porque têm a "previsibilidade e falta de originalidade" com músicas de um estilo que agrada este público. Foi pensando alto, num universo muito maior, que escolhi este repertório, que me possibilita assim, mostrar as obras sergipanas e belas que nêle estão contidas.
O perigo não está em se pensar grande e não conseguir, e sim em pensar pequeno e conseguir.
Assim, realmente dei "a minha cara a tapa", porque "não tenho medo de muita coisa".

Por gentileza, jamais critique o que não conhece (estou me referindo ao meu nome).

Um abraço, senhor, IGOR MATHEUS, (que não conheço mais nada além do seu nome, porque não existe nenhum dado no seu perfil).

Gwendolyn Thompson

Igor Matheus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Igor Matheus disse...

Nesse mundeco de crises cíclicas, gênios enterrados e imbecis permanentes, há jeito pra muita coisa. Mas se há uma ocasião em que a única atitude a ser
tomada é a velha lavagem de mãos, é quando o outro insiste em entender o que quer. Nesse território, amiguinhos, saímos de um debate edificante para entrar
na zona do trololó fuleiro, do converseiro infrutífero e da aplicação circular de defesas que não se fundam em nenhuma acusação.

Portanto, senhora Gwendolyn, considero simplesmente incompreensível essa insistência quase que doentia na questão do seu nome. Na verdade, nunca me importei com ele. Outra verdade: nunca me foi nenhum mistério pronunciá-lo, mesmo não sendo nenhum expert em nomes eslavos/escandinavos/druidas/élficos. Mas se a razão para eu tê-lo incluído no texto permanece obscura, favor RELER meus comentários anteriores. Neles, a sra entenderá que a expressão 'exotismo que aparenta'(ou seja, parece, mas não é) não passa, na verdade, da confirmação de tudo o que a sra mesma vem argumentando - sem base em acusação alguma - desde o início: que o seu nome de
batismo nao é extraterrestre, tem uma origem e é inteligível. Recomendo ainda a releitura dos comentários acima para que a sra entenda, de uma vez por todas,
a supressão do nome da equipe.

E os baba-ovos de celebridades e cânones que me desculpem, mas a participação de Nelson Ayres tem influência abaixo de zero em tudo o que mencionei a respeito do disco. Até porque, como já disse - e até pra poupar a nossa ilustre intérprete do sacrifício de tantas releituras -, a ficha técnica pode criar algumas expectativas para antes da audição, mas não altera a apreciação final. O que é bom é bom com ou sem o George Martin. O que é ruim é ruim com ou sem o Phil Spector. Ou com ou sem o Nelson Ayres.

Tambem lamento o fato de uma respeitável senhora com mais de 50 anos achar ofensivo ser chamada carinhosamente de 'tia'. Esse tipo de reação é que também mostra'a que a sra veio': exercitar a previsível pre-concepção de que sou um sádico (alguns diriam até 'nazista') pronto para destruir e debochar de tudo e de todos. Não a culpo tanto. Alguns bocós repetiram isso tantas vezes que já tenho até um livrinho cheio de anedotas sobre isso. O problema é essa argumentação tão ressentida e boçal ser compartilhada por alguem que, com tanta experiência e capacidade, poderia ensiná-los a 'agwentar' melhor o ônus da publicidade - ou a voltarem para suas casas chorando e dizendo 'Painhoooooooo, o crítico filho da puta me resenhou!'

abs, minha não-tia 'Guendolyn'

I.M.

Gwendolyn Thompson disse...

Contra fatos não há argumento. Calei-me todo esse tempo depois da sua resposta para ler, todas as suas críticas nesta página,e constatei que aúnica pessoa que lhe deu a não merecida atenção em colocar aqui um comentário fui eu.
Bem, se você mesmo diz que os meus colegas fizeram o mesmo que eu, no passado, está entendido que entenderam, como todos os internautas, que não se deve dar atenção à uma pessoa que usa os seus preciosos conhecimentos de uma forma tão desrespeitosa com títulos depreciativos...bem, o seu blog só tem meus comentários, e o meu CD continua vendendo, e está na terceira prensagem, e agora fora do país.
As obras que o senhor critica tem tido mais aceitação que os seus comentários, e ninguém tá nem aí para o que o senhor escreve. E eu, daqui por diante também farei o mesmo.

Gwendolyn Thompson

Igor Matheus disse...

'Nossinhora', que grandissíssima proeza essa milagrosa multiplicação de prensagens, minha não-tia Gwendolyn. Eu realmente gostaria muito de me importar com isso. Espera... vou fazer um esforço...

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUGGGGGGGGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH...

É. Nada. Não sei o que foi que houve. Nem evacuar eu consegui. Talvez eu seja um escroto insensível. Ou talvez eu ache que aceitação pública e qualidade, ainda que possam andar emparelhadas, não andam juntas. Mas já vi que argumentar essas coisas é falar turco com a senhora. Isn't?

E obrigado por me ajudar a provar uma teoria que há muito venho desenvolvendo. Ela consiste em estabelecer que o blog, mesmo ignorado por todo mundo - ooohh, como eu queria postar diariamente e com divulgação profissional -, consegue ainda atrair aqueles dois gatos pingados que o lêem, se borram e ficam calados chorando (testemunhos não faltam); ou aqueles que me lêem, se borram, me xingam, recebem as respostas que pediram e, não curados de suas feridas, voltam para borrifar suas frustrações insuperáveis, me dando língua e dizendo 'seu feio, não quero mais te ler'.

Diria até que meu blog seria uma peixeira, e sua trilha sonora de restaurante - que nem detestei, vide texto -, um palito de dentes: pra deixar marcas, o primeiro só precisa de uma investida. Já o segundo nunca foi feito para isso. Foi feito, isso sim, para ser insensivelmente usado e descartado assim que a comida sinaliza ‘olha, já tô confortável’. Como tem mais gente precisando comer do que ler blogs, voilá: são necessárias mais ‘prensagens’.

E outra, não-tia, vou ficar muito triste se a sra não voltar pra me ler. Já estou vendo um futuro de miséria, fracasso e derrotas constantes por causa dessa sua atitude tão radical. Vou mudar o nome do blog para 'Não me tirem do topo do Google, Não', e começar a tomar remédio controlado.

Oh, minha ‘única leitora’, dá-me audiência!!!!!

Seu não-sobrinho
i.m.