28 março 2012

O 69 DE RACHMANNINOFF


"Meu polegar? Tá aqui, coçando as costas''

Enquanto a Academia decide se Sergei Rachmaninoff era um pianista sobre-humano brincando de compositor ou um extraordinário criador que de vez em quando dava uma de Liszt - há quem o diga que nem uma coisa nem outra, mas não mais do que um "açucarado romântico tardio" -, lembremos que em um 28 de março de plena Segunda Guerra (1943) ele resolveu dar o fora de tudo isso aqui. 

A seguir, duas interessantes lembranças: a de que o russo tinha patinhas privilegiadas; e a de que elas lhe serviram para alguma coisa.  




14 março 2012

AI SE EU LUCRASSE

Olha que lindo:

Justiça bloqueia dinheiro arrecadado com sucesso de Michel Teló

"Ó, Ecad, por que me abandonaste..."
 
De acordo com os documentos divulgados pelo TJ da Paraíba, Miguel de Brito Lyra Filho, juiz da 3ª Vara Cível de João Pessoa, concedeu uma liminar favorável às três estudantes que supostamente teriam criado a música Ai Se Eu Te Pego, famosa na voz de Michel Teló. Com a decisão do magistrado, todo o dinheiro arrecadado com a venda ou execução da música está bloqueado até julgamento do caso.

(...)

As três estudantes, Marcella Quinho de Ramalho, Maria Eduarda Lucena dos Santos e Amanda Borba Cavalcanti, dizem ter criado a música durante uma viagem para a Disney, em julho de 2006. Na ocasião, uma amiga estava interessada por um dos guias turísticos e, por não poder se relacionar com o profissional, criou a frase "ai se eu te pego". Ainda durante a brincadeira, se inspiraram na música Ai Delícia, do Parangolé, para acrescentar à melodia.

A música chegou à cantora Sharon Acioly dois anos depois, durante uma viagem das meninas a Porto Seguro, na Bahia. Durante um show, elas foram convidadas para subir ao palco e lá ensinaram a frase para Sharon. Desde então, a cantora passou a usar a letra e melodia durante seus shows, atribuindo a composição às três vocalistas paraibanas. Com o sucesso de Ai Se Eu Te Pego no Brasil e no mundo, as estudantes querem receber os devidos valores pela execução da faixa.
(fonte: Terra)


Muito bem, senhoras. Ao estilo Kibe Loco, qual o melhor comentário pra isso aí?

1)    A Disney também entrou com um processo para ter sua parte nos direitos;
2)    Bruno e Macarrão deveriam seguir o exemplo e também assumir seus crimes;
3)    Com o bloqueio do dinheiro, a Teló Produções terá de viver de despedidas do Exaltasamba;
4)    A Ultragaz que se cuide com os van Beethoven;
5)    Até ano que vem, descobrirão que ‘Ai se eu te pego’ foi criada em um momento de fúria de Barbosa, goleiro da seleção brasileira da Copa de 1950;
6)    Até ano que vem José Ramos Tinhorão descobrirá que ‘Ai se eu te pego’ é um manifesto de resistência anticapitalista de Patativa do Assaré.

Nessa disputinha, que vença o pior.

13 março 2012

DISCO DO DIA: "FRAGILE'' (YES)



O disco ‘Fragile’, da banda inglesa de rock progressivo Yes, fez 40 anos em janeiro deste ano. Adele aporrinhou meia humanidade lamentando sua obesidade mórbida e jogou imprensa, carreira e relevâncias pra lateral. E o saldo disso aí é que nem os blogs especializados em inutilidades, que adoram datas fechadinhas, lembraram do marco. Nem eu. Provavelmente, até, nem o Yes.

Lembrar de datas como essa não tem importância pra ninguém além dos detentores dos direitos dos Beatles, que devem requentar gravações e sobras e penduricalhos até pra celebrar os 26 anos da surdez de George Martin. Mas é um pretexto interessante pra manter o blog atualizado. E porque “Fragile”, além de referência do progressivo com reputação de cláusula pétrea, é prenúncio do que seria a maior contribuição do Yes para a população: o “Close To The Edge”, o ponto máximo de todo o rock progressivo – também quarentão esse ano - e o tipo de coisa que o Dream Theater jura fazer todo ano, mas, até o momento, sem apresentação de provas.


‘Fragile’ é uma coletânea de pequenos exibicionismos pessoais com o acréscimo de quatro faixas da banda inteira. Diz a lenda que foi gravado às pressas para pagar despesas de equipamento. Mais detalhes no Wikipédia. O que interessa é que a pressa, aqui, virou amiga da quase perfeição. E gerou uma obra fundamental para entender porque Chris Squire nunca foi destituído do posto de maior baixista Rickenbaker da história. 

Essa vitória-régia de violas não pegou bem, véi.

12 março 2012

A MARCHA DOS BUNDÕES

A gatinha de saia que entre em contato com o blog pra exigir respeito

Pedalar nas entranhas de uma avis rara e ocasionalmente cinza como Florianópolis deve ser interessante. Andar de magrela em uma hidra de xenófobos, paraíbas e patricinhas beberronas como São Paulo deve ser burrice. Mas andar de magrela sem roupa, com o selim enfiado no cu até o surgimento de uma risadinha marota é para poucos. Poucos desocupados com muita veia artística, muita inclinação ao exibicionismo gratuito, à inconsequência diante do pragmatismo com que se deve tratar o trânsito, vontade excessiva de morar em Estocolmo e nenhuma vontade de eliminar seus incompreensíveis pneus de não-comedores de carne. 

Portanto anotem aí vantagem desse Bloco da Endoscopia Móvel: baixa adesão de cidadãos lúcidos. Ele é um fracasso. Cá nos nossos buracos distantes de SP e SC, sigamos tratando as bicicletas como elas são: coisas para andar longe de carros. E de cus marotos.

Outra constatação importante: as fêmeas bicho-grilo já estão se depilando em bando. Elas cansaram de 1968. Passaram para 1975.


Isso sim é um 'assento' agudo