12 outubro 2012

HERÓIS DA INFÂNCIA


Tá tliste 
[confiram meu novo blog http://igmatheus.blogspot.com.br - política, cultura e comportamento.  Não é vírus]
Eu faço pose de sofisticado há muito tempo. Mas hoje vou exagerar. Enquanto você teve Balão Mágico, eu tive Jean Michel Jarre, Vangelis e Kitaro. Enquanto você teve Simony e Sandy e Junior, eu tive Claudio Abbado regendo a Sinfonia no. 40 de Mozart e as danças húngaras de Brahms. Enquanto você teve José Augusto cantando 'Agora Aguenta Coração', eu tive Peter Cetera e temas famosos de westerns e clássicos da MGM. Enquanto você teve Kiko Zambianchi arruinando Hey Jude e Leandro e Leonardo, eu tive Benito di Paula, Paulo Diniz e o grupo Polegar. Peraí. Benito di Paula, Paulo Diniz e o grupo Polegar não são tão dignos de orgulho assim. Não deveria nem ter mencionado isso. Mas o pior é ter gostado de Spice Girls. Aos 14 anos, tinha até uma queda razoavelmente séria por Victoria, futura ms. Beckham, e pela harmonização vocal de ‘Say You’ll Be There’.

Pouco tempo depois, me emprestariam uma fita de Scorpions, outra de Led Zeppelin e o “Wish You Were Here” do Pink Floyd. Minha vida anterior se transformou em um oceano de cinzas – até eu fazer as pazes com Jean Michel Jarre e Claudio Abbado. Mas isso não apaga Spice Girls e Polegar do meu currículo. Minha infância foi ridícula.

Mas admita. A sua foi muito pior.

Jean Michel Jarre – Rendez Vous III

O sujeito fazer toda essa pantomima sobre um monte de luzes era algo absolutamente normal nos anos 80. O que não era normal era o som ser, de quebra, uma peça com esse nível. Foi uma das coisas mais decisivas pra formar minha vontade de tocar teclado.



Bônus: Jean Michel Jarre – Ron’s Piece

Na verdade, quando criança, era viciado no Live in Houston/Lyon, mas odiava isso aqui. Quando voltei a escutar já adulto, odiei ser criança. É inacreditável. 



Paulo Diniz

Paulo Diniz me aterrorizou a infância inteira. Porque, segundo minha mãe, essa voz rouca era resultado de horas intermináveis de choro e enchimento de saco. Como eu fazia. 



Roupa Nova – Coração Pirata

Provavelmente a primeira letra que aprendi, já que, até ali, só me interessava por instrumental. Passava na televisão com mais frequência do que as chamadas de Tieta. Até hoje gosto disso. Graxeiras e estudantes de supletivo, uni-vos. 



Jules Massenet – Meditation from Thais

Meu namoro com o erudito começou aqui. Eu tinha 5 anos. Não me lembro se ‘Meditation’ era uma daquelas peças de novela ou não. Sei que fazia parte de um disco da Sony chamado ‘Classics’, muito popular na época. Eu merecia um prêmio da Sony pela dedicação dava a esse bolachão. 



Mozart – Kyrie Eleison

Escutei isso tantas vezes que seria capaz de compor uma fuga quando quisessem. A linha dos tenores me deixava maluco. A dos baixos, insano. Abriu meu ouvido pra sempre. 


Spice Girls – Say you'll be there

Puta merda, esse tem que ficar no fim. Preciso manter minha reputação com os headbangers do Whiplash. Inclusive entre os que escutam isso até hoje de madrugada, escondidinhos, e usando uma luvinha preta.

Se eles encontrarem esse vídeo e acharem muito ‘girly’, talvez prefiram essa versão aqui: